Nos dias 23 e 24 de abril, o Coletivo Rosa Luxemburgo, do PCO, realizou sua Conferência Internacional de Mulheres com o objetivo de realizar um debate acerca das questões mais palpitantes que dizem respeito aos problemas e às lutas das mulheres, assim como elaborar um programa para guiar a ação de luta deste importante segmento – oprimido pelos governos burgueses de direita – não somente em nosso País, mas em todo o mundo.
A principal atividade do evento foi a discussão, elaboração e aprovação do Programa para a luta das mulheres contra a ofensiva do regime burguês-golpista, que se deu por meio de um rico e intenso debate entre os participantes, no formato presencial e online. As discussões foram fundamentais para a reformulação e fortalecimento político das pautas que o Coletivo vai levar para as ruas nesse que é o ano onde se realizam as eleições gerais, através de suas atividades e com a formação de Comitês de Luta espalhados pelas mais diversas regiões e cidades do País.
Foram realizados grupos de discussão, que debateram ponto a ponto as propostas programáticas. Entre os pontos abordados foi debatido o caráter da crise capitalista e a ofensiva contra as mulheres, materializada na retirada de direitos e conquistas, assim como um programa de reivindicações para as eleições, levantando o “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” e “Lula Presidente, por um governo dos trabalhadores”, entre outras pautas; a luta pela legalização do aborto e por melhorias na saúde pública e atendimento às mulheres, como a proteção à maternidade; exigências por uma legislação que verdadeiramente ofereça proteção às mulheres e pelo direito a autodefesa; e a crítica ao identitarismo.
As companheiras se dividiram e debateram abertamente. Para que as diversas mães pudessem participar da atividade política, o Coletivo organizou um esquema para as crianças. A conferência contou com atividades direcionadas e brinquedos, de modo a permitir a participação livre, integral, de todas as mães participantes.
A Conferência iniciou definindo a mesa, presidida pela coordenadora do coletivo Rosa Luxemburgo, companheira Nina Tenório. Após a intervenção inicial da mesa, foi lido o documento com o programa proposto pelo coletivo para a luta das mulheres. Seguido à leitura, a palavra foi aberta às intervenções das companheiras, que puderam expor livremente seus pontos de vista e opiniões sobre os mais variados temas.
Ao final da discussão do documento, foi ouvida uma saudação à Conferência enviada pela representante cubana, Márcia Choueri, que fez um breve relato sobre a situação em Cuba, que apesar das dificuldades impostas pelo imperialismo, conseguiu garantir direitos fundamentais às mulheres, que são ignorados em diversos Estados capitalistas, como a legalização do aborto, a proteção à maternidade, a libertação relativa ao trabalho doméstico com as creches públicas, entre outras conquistas. A mensagem deixa claro que, a exemplo de Cuba, a emancipação plena das mulheres somente virá através da luta pelo socialismo.
O novo programa estará disponível nos próximos dias e será divulgado nas redes sociais do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo e por este semanário. Foi elaborado de forma coletiva em dois dias de intensas discussões entre as trabalhadoras