“A internet deu voz aos imbecis. Hoje, todo mundo é especialista. A pessoa bota terno, gravata, coloca painel falso de livros atrás e começa a falar desde a guerra da Ucrânia até o preço da gasolina, passando pelo Judiciário e acaba sempre atacando o Supremo”, proclamou Alexandre de Moraes. O magistrado complementou a sentença dizendo que o STF “não vai se acovardar” e que a democracia será garantida com as eleições.
A declaração de Alexandre de Moraes mostra todo o caráter autoritário da suprema corte e seus juízes, serviçais da burguesia imperialista.
Ao contrário do que o juiz afirma, julgar as opiniões, perseguir e calar aquelas que não vos agrada, obviamente, não é garantir nenhuma democracia, antes é o seu exato oposto.
A liberdade de expressão não deve servir para dar voz aos amigos da corte, mas também para os trabalhadores que diariamente têm seus salários diminuídos e sua renda capturada pelos bancos, sem contar os milhões de desempregados. Um regime político corroído, sem dúvida que mobiliza a ira, a fúria e mais pessoas expressam suas opiniões.
Regular a opinião das pessoas, o pensamento – como se fosse possível – não é o papel de ninguém, muito menos do Estado. Este tem a função exatamente de garantir que todos tenham igual direito a pensar e se expressar. Por outro lado, as pessoas afetadas também devem ter o direito de se defenderem quando atacadas. São coisas diferentes; o Estado garante as liberdades individuais, inclusive dos que precisam se organizar para se defender daqueles que querem lhes atacar.
Nas demais declarações o juiz ainda profere que “a justiça agirá, garantirá as eleições, não permitirá ataques” etc. Mostrando claramente o papel político que têm os juízes do tribunal, Alexandre de Moraes praticamente veste a capa preta, e anuncia que agirão assim mesmo, caçando as “milícias digitais” que segundo ele lesam o sistema eleitoral há muitos anos. A justiça, que deveria aguardar os acontecimentos para julgar, caso haja crime, anuncia a intervenção no processo político eleitoral mais importante das últimas décadas no Brasil.
O ataque da burguesia, por intermédio de seus capatazes, visa garantir uma eleição manipulada. No exato momento em que a popularidade de Lula está sendo potencializada nas redes sociais, o STF se coloca para controlar a liberdade de expressão de todos aqueles que querem e precisam se manifestar.
O STF não deveria nem existir, pois é um resquício da monarquia de 200 anos atrás, é formado por 11 (onze) juízes que não são eleitos pelo povo, não prestam contas a ninguém, interpretam como querem as leis e a Constituição, desrespeitam qualquer princípio da ordem jurídica vigente. Além desses expedientes, o STF usa argumentos superficiais para fins políticos, para ter a possibilidade de golpear a “democracia” novamente.
Por fim, essa manipulação, liderada por Moraes, visa tolher a expressão popular nas redes sociais, garantindo que os veículos oficiais da burguesia controlem as informações.
Quando começam as acusações de corrupção, dossiês, supostos crimes contra candidatos, garante-se que Globo, Folha de S. Paulo, Estadão se coloquem como a única expressão da verdade, e essa arma será mais uma vez usada contra o ex-presidente Lula, inimigo declarado da burguesia golpista e pró-imperialista.
Com este cenário piorando a cada dia, os partidos de esquerda e das organizações de luta pelos trabalhadores devem se levantar contra a ditadura do STF, não aceitando argumentos fajutos como a “ameaça das fake news” e o uso de embustes como a perseguição de figuras menores da extrema-direita, como Daniel Silveira e Mamãe Falei. Questiona-se: Por que o xerife não foi buscar o dono da porcada, o boca-suja do Planalto?
Para barrar todo o esquema de manipulação que está montado, cada dia mais aparelhado e organizado contra a candidatura de Lula, será necessária uma ampla mobilização nas ruas, com milhares de comitês populares para estabelecer uma luta diária contra as manipulações da direita e do STF.