O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o seu contrapartida britânico, Boris Johnson, acordaram no último dia 6 um pacto de defesa como parte das intenções imperialistas do Japão em abrir a região do Indo-Pacífico.
Esse acordo representa uma ameaça direta à China, e visa o estabelecimento de bases e guarnições para ocupação de Taiwan, tomada de 100% das Ilhas Kurilas e retomada do controle militar sobre países que estiveram sob a esfera de influência japonesa até meados do século passado.
Um acordo de acesso recíproco com o Reino Unido – e, consequentemente, EUA e OTAN -, após assinado, permitirá o envio mais rápido de tropas, batalhões de treinamento e forças de socorro a desastres.
De acordo com a Kyodo News, Kishida está bastante satisfeito com o aumento do envolvimento da Grã-Bretanha na região. Juntamente com Johnson, Kishida expressou “forte preocupação” com aquilo que considera como tentativas unilaterais de mudar o status quo nos mares do Leste e Sul da China, desaprovando o que chamou de acúmulo militar “rápido, mas não transparente”, das forças chinesas na região.
O Japão, aproveitando-se das investidas imperialistas no sentido da deflagração de uma guerra total, de proporções internacionais, ensaiou fortalecer a retórica anti-chinesa e afirma ser premente o ataque à China. Segundo as autoridades japonesas e britânicas, o país aplica uma coerção econômica através da elevação de sua influência militar na região oceânica Indo-Pacífico.
Kishida afirmou que “a Ucrânia de hoje pode ser o leste da Ásia de amanhã” em coletiva de imprensa em Londres logo após seu encontro com o primeiro-ministro britânico. “A agressão da Rússia não é um problema apenas para a Europa. A ordem internacional que abrange o Indo-Pacífico está em jogo”, completou.
A invasão da Ucrânia pela Rússia foi outro item importante da agenda para as negociações da cúpula. O Japão, por sua vez, levantou o alarme sobre as ramificações para a Ásia da crise que se desenrola na Ucrânia, especialmente à luz do desejo percebido da China de tomar Taiwan, à força, se necessário.
Kishida e Johnson concordaram com a necessidade de seus dois países e outros membros do Grupo das Sete Nações de liderarem a “comunidade internacional” – ou seja, os países imperialistas e seus vassalos – na manutenção das sanções contra a Rússia e na extensão do apoio à Ucrânia.
Em adição às sanções já estabelecidas pelo regime japonês, os ativos de dezenas de bancos russos e de cerca de 140 indivíduos foram congelados a partir do último dia 5. Ademais, Kishida confirmou que a proibição de exportações atingirá 70 novas entidades militares russas..
Cientes da reciclagem das políticas “bilaterais”, um editorial do principal órgão de imprensa chinês, o jornal Global Times, publicado no último dia 7, afirmou que não há dúvidas de que os EUA estão por trás da ação. Nos últimos anos, Washington pressionou aliados a coordenar a estratégia “de olhar para o leste”, idealizada pelo influente diplomata norte-americano, Henry Kissinger.
Os países imperialistas, à reboque dos EUA, estão dispostos a segui-los embora todos tenham seus próprios cálculos. O Reino Unido pretende recuperar sua influência em declínio ao se apoiar em Biden, enquanto o Japão quer aproveitar a conivência dos EUA para quebrar as “algemas” do pacifismo, firmado em sua Constituição pós-Segunda Guerra, ressuscitando seu militarismo. De acordo com os chineses, a crise da Ucrânia é um “prato cheio” para certos políticos que têm constantemente elevado o tom de sua voz e se movimentado para criar tensões.