Levantamento realizado com base nos números do programa social Auxílio Brasil, fornecidos pelo Ministério da Cidadania e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência, mostra que quase metade dos estados brasileiros ostenta mais beneficiários do Programa do que trabalhadores com carteira assinada, no mês de março deste ano.
Em 13 estados o número de famílias que vivem do Auxílio Brasil é maior que aquelas que vivem da renda do trabalho com vínculo empregatício na CLT – sendo, destes 13, todos os do Nordeste e quatro dos sete estados do Norte: Acre, Amazonas, Amapá e Pará.
No estado do Maranhão ocorreu o maior registro na diferença entre o número de beneficiários do auxílio e empregados com carteira assinada. Em segundo lugar está o estado da Bahia, seguido do Pará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará.
De acordo com o economista Ecio Costa, quanto maior a precariedade do mercado de trabalho, maior a dependência do programa social. “É reflexo da pobreza, do desemprego e da informalidade nas regiões Norte e Nordeste, indicando alta dependência do dinheiro público e necessidade de políticas de desenvolvimento econômico regional”, afirmou.
Os dados disponibilizados nada mais são do que o resultado da política de terra arrasada imposta ao País pós golpe de Estado de 2016, cujas políticas de destruição e catástrofe social têm continuidade sob a égide dos neoliberais de extrema-direita beneficiários do golpe.
O valor do benefício (R$400,00) pago a milhões de brasileiros em situação de pobreza, de desespero diante da fome e da falta de uma renda oriunda do próprio trabalho, no entanto, é por demais insuficiente para a manutenção, em condições dignas, de uma família trabalhadora. Defendemos que o benefício se eleve ao valor do salário mínimo atualmente em vigor no País (R$ 1.212,00) que, salientemos, está bem abaixo do que o necessário para a garantia da sobrevivência do trabalhador e sua família.