Acreditem se quiser, mas os abutres que controlam o valor dos combustíveis no País – mesmo diante de toda a política oficial do governo em esfolar a população praticando preços estratosféricos – ainda não se dão por satisfeitos.
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) declarou que há uma defasagem de algo em torno de 20% no preço da gasolina. Assim, de acordo com cálculos da entidade, a defasagem entre os preços da gasolina no mercado interno em relação ao mercado internacional chega a 18%. Para o óleo diesel, a defasagem média é de 4%.
Esses verdadeiros criminosos – sem nenhuma reserva ou pudor – disseram ainda que “caso faça a opção por seguir os preços de mercado, a Petrobras poderia aumentar os preços entre R$ 0,88 centavos por litro e R$ 1,03, a depender do porto de operação. O diesel variaria em média R$ 0,21 centavos por litro até R$ 0,32” (CB, 17/5).
O TCU vai se opor à privatização da Eletrobras?
As idas e vindas sobre a questão envolvendo a privatização de uma das mais importantes empresas públicas do País (Eletrobras) ganham novos capítulos a cada dia, com o governo tentando acelerar a entrega da estatal.
Neste momento, o processo está em discussão no TCU. Na quarta-feira, dia 18 de maio, um dos ministros da casa, Vital do Rêgo, pediu a suspensão da análise devido à omissão de contingenciamento de recursos destinados ao pagamento de possíveis derrotas em ações judiciais que empresa responde. Ou seja, tecnicalidades que em nada sinalizam no sentido de que o tribunal golpista (o mesmo que avalizou as fraudulentas “pedaladas fiscais” contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, que acabou por culminar no impeachment) irá barrar a privatização/entrega da estatal nacional de energia elétrica.
Refinarias privatizadas; brasileiros assaltados
Um estudo realizado pelo economista Eric Gil, do Observatório Social da Petrobras, aponta que o efeito imediato da privatização da estatal é a subida geral de preços e não a diminuição, contrariando o que dizem os neoliberais entreguistas que advogam a necessidade de desestatização da empresa como forma de “estimular a concorrência”, “aumentar os investimentos” e assim baratear o preço dos combustíveis.
Pura balela, pois o que se vê não é nenhum estímulo à concorrência, mas o controle das empresas públicas nacionais indo parar nas mãos dos monopólios privados estrangeiros.
A privatização da Rlam (Refinaria Landulpho Alves) é o exemplo clássico que desmente o discurso oficial do governo. Desde que foi vendida, a refinaria vem praticando os mais altos preços dos combustíveis no País. De acordo com o Dieese, só neste ano, a refinaria aumentou a gasolina em 48%. No diesel, o aumento chegou a 58%. Em comparação, os preços da gasolina e do diesel na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, ainda sob controle da Petrobras, subiram 37% e 45%, respectivamente.