O 1º de Maio foi um fiasco. Não dá para tapar o sol com a peneira. Marcaram o ato de São Paulo em um lugar afastado, não mobilizaram, não organizaram e foi apenas um punhado de gente convocado pelas centrais sindicais. O que levanta uma questão; o que são efetivamente essas centrais sindicais, pois até governo leva gente para o 1º de Maio. Na época da ditadura militar o 1º de Maio tinha ato oficial e os sindicatos iam nesse ato, pois eram dominados por agentes da ditadura. Era uma coisa vergonhosa, mas levava mais gente. Então, qual a contribuição dessas centrais sindicais já que 98% dos presentes eram de esquerda, da CUT (tem uma parte que não foi, como o PSTU que fez um micro ato separado).
É uma fantasia. Essa unidade das centrais é uma fantasia, porque é a unidade da CUT com nada. É uma coisa fictícia. É importante ter consciência dessa realidade. Assim como a aliança das centrais, ou o apoio delas ao Lula não significa nada porque sequer levam alguém no 1º de Maio.
Essas centrais são entidades relativamente fantasmagóricas, mas tem os sindicatos que não levaram nem mesmo 3 pessoas de cada sindicato. Se as diretorias sindicais tivessem comparecido o ato seria muito maior.
E não foi ninguém porque a central sindical fala em apoiar o Lula, mas o sindicato lá do interior de Goiás vai apoiar o cacique, o coronel da região; porque é uma atividade de tipo clientelista. Então, essa unidade em torno de Lula não é real. A maioria dos sindicatos dessas centrais vão apoiar os piores elementos que vão aparecer na eleição. Nem é que vão apoiar candidatos burgueses, afinal o Lula-PT está numa aliança com o Alckmin, mas vão apoiar os maiores delinquentes.
É uma característica que tomou conta da campanha do PT, do Lula; não são eles que estão apoiando o Lula, o Lula é que está apoiando eles. Então, vai lá o chefe de uma “central” qualquer, faz um discurso e aparece como uma pessoa progressista, que tá apoiando o Lula, o que é uma espécie de credencial que vai utilizar para trair os trabalhadores em todas as oportunidades.
A pessoa que representa bem esse sindicalismo é o famoso Paulinho da Força, que é um gangster sindical e nem ousou falar no 1º de Maio porque sabia que não era seu público.
Do ponto de vista da CUT e do PT, chama atenção a completa ausência de mobilização. A maioria das pessoas que compareceram, foram espontaneamente. Havia pessoas que foram convocadas, que chegaram em caravana, mas era pouca gente, porque não fizeram o trabalho de mobilização.
Fica claro que o primeiro ato no qual o Lula foi discursar de público, sendo praticamente candidato, foi um fracasso total.
O ato em si foi uma coisa desanimadora. Discurso de 10 presidentes de centrais inexistentes e criminosas fazendo demagogia barata; é algo muito desmoralizante.
Sem falar no tom que deve prevalecer na campanha de Lula, que é o verde e amarelo. Só pode ser para ficar igual aos bolsonaristas. Ninguém se pergunta qual a impressão que isso vai causar, se vai confundir. É aquela coisa de recuperar as cores nacionais, mas cor nacional não é cor de partido, é cor de um País. Ao invés de denunciar que os bolsonaristas são uma fraude, não são nacionalistas, estão entregando o País para o estrangeiro, estão tentando imitar os bolsonaristas e isso não é um bom começo de campanha eleitoral.
O PSOL, que também não levou ninguém, falou no ato. Provavelmente não foi ninguém porque uma parte não vai apoiar mesmo Lula, e a outra parte talvez não tenha muita gente expressiva para levar. Alguma “central sindical” ligada ao PSOL, ou sindicatos, ou organizações não foram ao ato, ou seja, o partido apoia o Lula, mas os sindicalistas do partido vão em outro ato. E assim, teve o discurso do Boulos e o que se viu foi que também não animou ninguém, porque não há mobilização nenhuma. A conclusão é que tudo isso precisa ser corrigido, porque foi um péssimo começo de campanha.