A decisão de realizar a Semana de Arte Moderna, de 13 a 17 de fevereiro de 1922, foi uma consequência necessária de todo o desenvolvimento anterior do movimento modernista. Os jovens artistas em finais de 1921 estavam já perfeitamente conscientes, uns mais do que outros, de que existia de fato uma ditadura intelectual organizada no Brasil. Se os ‘novos’ estavam interessados em abandonar a situação de marginalidade em que se encontravam na sociedade, eles teriam necessariamente que enfrentar abertamente a burguesia e a ditadura cultural estabelecida. Precisavam destruir, pela força, pelo protesto, pela insistência, os mecanismos de cerceamento ideológico que se manifestavam contra a nova arte. Foi com esse objetivo que foram organizados aqueles cinco dias de exposições, recitais, saraus, palestras e espetáculos de dança no Teatro Municipal de São Paulo